Confiança de consumidores brasileiros alcança maior índice desde o início da pandemia
Se junho foi o mês em que as bolsas de valores ao redor do mundo registraram o retorno dos patamares pré-pandemia, agora é a vez dos consumidores.
Um levantamento da Behup — startup de tecnologia focada em pesquisa e comportamento humano — aponta para o maior índice de confiança no país desde o início do isolamento social para conter o novo coronavírus.
“Vemos julho com patamares de otimismo e confiança muito próximos aos anteriores à pandemia. Todos nossos indicadores apontam para uma retomada”, indica Mateus Vieira, chefe de parcerias e projetos da Behup.
Considerando a última semana de março como base 100, os cinco principais segmentos analisados apresentaram alta, e no recorde até então: a intenção de comprar bens duráveis atingiu 125 pontos, não-duráveis 103, compras on-line 100, usar transporte coletivo 161 e sair de casa 154 na semana encerrada no dia 17 de julho, sexta-feira.
Por outro lado, a preocupação dos consumidores, que em março era 100, chegou ao seu menor patamar na primeira quinzena de julho: 96 pontos.
“Estes dados demonstram esperança”, afirma Vieira, que já atuou na Nielsen. “Apesar de se recuperar em todos os indicadores, a recomposição da confiança é motivada principalmente pela perspectiva geral da econômica brasileira. Um elemento fundamental para a retomada da confiança e que não compõe o índice é o sentimento do brasileiro. Os sentimentos positivos já estão e devem seguir recuperando espaço na vida das pessoas, liderados pela felicidade e seguidos pela motivação.”
Mas o levantamento é mais que uma pesquisa de intenção de consumo. Por mais de cem dias a Behup monitorou hábitos, preocupações e opiniões de três mil pessoas em todo o país, com representatividade equivalente à população brasileira.
Neste período foram realizadas três coletas de dados por semana. Sem observar apenas intenção de compra, o levantamento leva em conta emoções, o que faz Vieira ter mais certezas de que o começo de julho foi um ponto de inflexão para os brasileiros.
Os números comprovam isso: se na última semana de março a felicidade era o sentimento dominante de apenas 5% dos entrevistados, na semana encerrada em 17 de julho chegou a 15%, empatando com sentimentos negativos que afloraram desde o início da pandemia. O medo, que no fim de março era dominante para 26% dos brasileiros, agora está em 16% e ansiedade, relatada antes por 28% da base analisada pela empresa, agora é dominante em 18%.
“A depender do consumidor, os próximos meses reservam uma retomada econômica (versus o vale vivido em abril e maio) puxada por bens duráveis, além do consumo fora do lar, ao passo que as preocupações se acalmam e a mobilidade volte à rotina do brasileiro”, afirma a pesquisa. Agora é só esperar que a tão assustadora segunda onda de contaminação não apareça.
Original de Época
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